Sobreviver no mercado não é uma tarefa fácil, aos poucos produtos e marcas perdem a força e caem no esquecimento. A indústria cinematográfica é um dos segmentos que procuram estar em alta com seus filmes, mas nem sempre as estratégias acabam dando certo. Existem as exceções e um dos maiores exemplos é a saga Harry Potter.
Junho foi o mês de comemoração, 20 anos em que o primeiro livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal” foi lançado e rejeitado por muitas editoras. A escritora J.K Rowling passava por um período difícil financeiramente até que recebeu um contrato com a editora Bloomsbury no valor de 1.500 libras para a publicação de mil exemplares. Atualmente a saga Harry Potter foi traduzida para 79 idiomas em 200 países, venderam 450 milhões de exemplares, desde 1997 e o mais importante o mundo fantástico criado por Rowling é um dos mais ativos no mercado.
Os filmes produzidos pela Warner Bros. faturaram cerca de US$7 bilhões e os produtos oficiais relacionados US$7,3 bilhões. A última película lançada em 2011 é até então o oitavo maior de bilheteria. Mas por trás de tanto sucesso existe muito estudo e cabeças pensantes. Quando o último filme da série saiu os fãs sentiram-se órfãos, afinal a saga havia acabado e isso (praticamente) significava um fim.
A estratégia foi criar uma pausa proposital nos lançamentos de produtos até que o livro teatral “Harry Potter e a criança amaldiçoada” chegou às prateleiras. O filme “Animais Fantásticos e Onde Habitam” surgiu prometendo mais cinco produções. Este foi o momento em que o mundo criado por Rowling ganhou um novo respiro e revitalizou sua presença no mercado. A criação de produtos secundários nem sempre são bem recebidos, mas neste caso havia a consolidação bem realizada de uma marca.
A questão é que o sucesso continua por que existem pessoas analisando o público que consome esse mundo, as famosas frases “Qual o meu público?”, “Como os alcanço?”, “O que eles gostam?” com certeza foram úteis. O filme lançado em 1997 tinha como consumidores as crianças, a publicidade seguia uma política de marketing e por tanto a produção acabava sendo um pouco “limitada”, mas esse público cresceu e a marca consolidou-se. Agora são adultos e adolescentes com renda própria, o que significa que o consumo de produtos é maior, já que não há dependência.
Marcas como a Riachuelo e Pernambucanas compraram licenciamentos de artigos da franquia, causando então um redirecionamento de produtos, visando que os consumidores cresceram. Em uma entrevista com Marcos Bandeira de Mello, general manager da Warner Bros no Brasil, publicada no site Meio e Mensagem, a série tem seu diferencial. “É um vínculo afetivo e sentimento diferente do que em relação a uma franquia de super-heróis, por exemplo, que troca de atores o tempo todo”, aponta.
O fato é que: indiferente da opinião pessoal de cada um sobre a qualidade do filme, o marketing e a publicidade foram tão bem trabalhadas que superou muitos filmes famosos e considerados sagrados, o grande ensinamento desse trajeto é o modo como a marca consolidou-se com os anos e mesmo depois do fim conseguiu manter-se no mercado, um trabalho que requer muito estudo, paciência e tentativas.
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